Educação
e trabalho
"A indissociabilidade entre a educação e o trabalho, na dinâmica do desenvolvimento, significa que, em qualquer de suas etapas, a educação deve ficar aberta às etapas subseqüentes e, correlatamente, qualquer nível de trabalho aos níveis superiores, por um processo permanente de re-qualificação. O problema é, portanto, menos pedagógico que social, pois depende de um projeto político a que deverão ajustar-se as estruturas da educação." (DTM, Para uma filosofia da educação fundamental e média, p.90)
"Numa sociedade tecnológica, porém, educação e trabalho se interpenetram, fundindo até certo ponto seus objetivos. Mas não basta preconizar a novidade: impõe-se vertê-la na própria estrutura do sistema educacional. Nestas condições, cabe à escola desenvolver as instrumentalidades práticas ao lado das intelectuais, ambas, de resto, não exprimindo senão momentos diferentes do mesmo processo." (DTM, Educação complementar: análise da experiência, p.220)
"Esse fato técnico e político, que é a industrialização, tem um reflexo imediato na pedagogia, a começar pela estrutura da escola. A relação educação-trabalho não se resolve em termos de contigüidade, colocando-se, por exemplo, lado a lado, no mesmo espaço escolar, os instrumentos que servem a uma e outra, mas em termos de fusão, com a conseqüente reestruturação de ambos. Ensina-nos o método estrutural que uma estrutura não muda por agregação de novas peças, mas por substituição do princípio de sua estruturalidade, que é interior e global. O ensino, ligado até agora à educação especulativa e verbal, tem de refazer-se no todo para fazer-se prático." (DTM, Para uma filosofia da educação fundamental e média, p.92)
"No campo industrial, a grande maioria dos trabalhadores, o de que realmente precisa, é da educação geral que se adapta facilmente às exigências de seu ofício. Só uma parcela mínima de profissionais precisa de formação tecnológica altamente especializada, estes mesmos devendo apoiar-se na formação intelectual e científica ampla que lhes forneça capacidade criadora e plasticidade para superar as constantes mutações da tecnologia. Este fato comprova o postulado, já assente, de que, mesmo do ponto de vista técnico, a ciência é que é o fundamental, e a tecnologia, subproduto, sobretudo no nível universitário; que a formação técnica deve estribar-se, sobretudo, na apropriação dos grandes princípios e resultados da ciência moderna; como também demonstrar, ainda sob a perspectiva prática, a importância da cultura geral." (DTM, Subsídios para o plano de reforma da UFBa, p.39)